Taxas de Juro até ao Final de 2024: O Que Esperar?

Taxas de juro 2024: impacto nas prestações de crédito e poupanças

As taxas de juro têm mostrado uma tendência decrescente nos últimos tempos, oferecendo um alívio significativo às famílias portuguesas que enfrentam encargos com crédito à habitação. Com o Banco Central Europeu (BCE) a sinalizar a redução das taxas, é importante entender como essa tendência pode evoluir até ao final de 2024 e quais os impactos nas prestações de crédito e nas poupanças familiares.

A Evolução das Taxas de Juro em 2024

O BCE já começou a reduzir as taxas de juro, refletindo-se na prestação de créditos, especialmente aqueles indexados à Euribor. Para se ter uma ideia, no final de 2023, a Euribor situava-se em torno dos 4%, enquanto em junho de 2024 a média já havia caído para cerca de 3,7%. Este movimento resultou numa redução significativa nas prestações mensais.

Por exemplo, para um empréstimo médio, a queda das taxas Euribor em 2024 resultou numa diminuição de 42 euros na prestação mensal. Esta tendência de alívio financeiro deve continuar, com previsões apontando para novas reduções até ao final do ano. A Reuters projetava que o BCE poderia reduzir as taxas para 3,25% até dezembro de 2024, o que se confirmou em parte, com uma nova descida a 12 de setembro.

Impacto Direto nas Prestações de Crédito

As descidas nas taxas de juro têm um impacto direto nas prestações das famílias com créditos à habitação. No dia 12 de setembro de 2024, a taxa Euribor a 12 meses caiu para 2,9% e a de seis meses para 3,26%. Isso representou uma redução superior a 50 euros nas prestações de muitos empréstimos, com o impacto a ser visível nas datas de revisão dos contratos de crédito, que ocorrem a cada três, seis ou doze meses, conforme estipulado nos contratos.

Contudo, essas reduções não ocorrem de forma imediata. As descidas são graduais, acompanhando as decisões do BCE, o que significa que mesmo antes de novas reduções oficiais, a Euribor já pode começar a refletir essa tendência.

O Impacto nas Poupanças das Famílias

Enquanto a descida das taxas de juro alivia as prestações de crédito, ela também afeta negativamente a rentabilidade das poupanças, especialmente nos produtos bancários tradicionais. A redução das taxas de juro afeta diretamente os juros pagos sobre depósitos a prazo e outros produtos de poupança oferecidos pelas instituições financeiras.

Depósitos a Prazo em Queda

A taxa média dos novos depósitos a prazo tem vindo a descer consecutivamente nos últimos sete meses. Em julho de 2024, a taxa situava-se nos 2,65% brutos para um ano, o que representa uma queda de 0,45 pontos percentuais em relação ao máximo de 3,10% registado em dezembro de 2023. Essa tendência deverá manter-se, o que faz com que as famílias tenham de procurar alternativas de investimento para assegurar uma maior rentabilidade.

Certificados de Aforro: Uma Alternativa Atraente?

Os Certificados de Aforro, que estão indexados à Euribor a três meses, continuam a ser uma alternativa viável, especialmente para quem deseja evitar a perda de poder de compra. No entanto, a rentabilidade da série F está limitada a 2,5%, o que significa que só haverá um impacto negativo se a Euribor descer abaixo desse valor. Para a série E, que já não aceita novas subscrições, existe um prémio fixo de 1%, o que protege parcialmente contra as descidas da Euribor.

O Que Esperar Até ao Final de 2024?

A tendência para o resto de 2024 parece clara: uma redução gradual das taxas de juro, com o BCE a continuar a acompanhar as condições económicas. As famílias com créditos indexados à Euribor devem beneficiar de prestações mais baixas, embora o impacto total dependa da periodicidade da revisão do contrato. No entanto, essa vantagem no crédito pode ser compensada por uma menor rentabilidade nas poupanças.

Considerações Finais

Para quem tem crédito à habitação, o cenário até ao final de 2024 apresenta-se otimista, com descidas nas taxas a proporcionar algum alívio financeiro. Contudo, é importante que as famílias reavaliem as suas estratégias de poupança e considerem alternativas de investimento que possam oferecer maior retorno face à descida das taxas de juro nos produtos bancários tradicionais.

Acompanha as tendências económicas e prepara-te para ajustar as tuas finanças pessoais, aproveitando ao máximo as oportunidades que surgirem com este novo cenário.

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